quarta-feira, 2 de novembro de 2011

GÊNEROS DO DISCURSO - ESQUEMA PARA A AULA DE ALFABETIZAÇÃO E LINGUÍSTICA II

GÊNEROS DOS DISCURSO

CEREJA –TEXTO E INTERAÇÃO

BAKHTIN
Gêneros – situações cotidianas de comunicação
Texto: características relativamente estáveis
Características: configuram o diferentes gêneros textuais ou discursivos
3 aspectos básicos do gêneros: 1 tema, 2 o modo composicional (a estrutura) e 3 o estilo (usos específicos da língua)
Interação verbal: escolha do gênero nem sempre é espontânea – considerar quem fala, sobre o que fala, com quem fala, com qual finalidade.

GÊNERO COMO FERRAMENTA

SCHNEUWLY, DOLZ, BRONCKART E PASQUIER
Gênero: instrumento que possibilita exercer uma ação lingüística sobre a realidade.
Dois efeitos na aprendizagem: 1 amplia as capacidades individuais do usuário e 2 amplia seu conhecimento do objeto sobre o qual a ferramenta é utilizada.
GÊNERO A SERVIÇO DA CONSTRUÇÃO DO SUJEITO E DA CIDADANIA
Executar o gênero e tomar consciência da situação que o envolve – carta de reclamação (conhecer e reconhecer a estrutura e tomar consciência da situação envolvida)

IRENE MACHADO – GÊNEROS DISCURSIVOS – CONCEITOS-CHAVE

Gênero – Platão e Aristóteles – Literatura
Evolução histórica, mudanças sociais e culturais – novas necessidades de estabelecer comunicação = prosa comunicativa = outros parâmetros para avaliar as novas formas interativas que se realizam pelo discurso.
Bakhtin = desenvolveu estudos sobre gêneros discursivos considerando o dialogismo do processo.
Gênero e discurso = esferas da linguagem verbal ou da comunicação fundada na palavra.
Relações interativas = processos produtivos de linguagem.
Bakhtin = gênero = exame circunstanciado não apenas da retórica, mas, sobretudo, das práticas prosaicas que diferentes usos da linguagem fazem do discurso, oferecendo-o como manifestação de pluralidade.
O processo de prosificação da cultura
Prosa = universo das interações dialógicas constituído por diferentes realizações discursivas.
Dialogismo = ao valorizar os estudos do gênero, descobriu um excelente recurso para “radiografar” o hibridismo, a heteroglossia e a pluralidade de sistemas de signos na cultura.
Poesia = purismo
Prosa = formas pluriestilísticas (paródia, estilização, linguagem carnavalizada, heteroglossia) – tal variedade e mobilidade promoveram a prosa.
Prosa = evolução dos tempos = oposição ao idealismo clássico
Porque é discurso, a prosa só existe na interação.
Prosa = não se constitui a partir de nenhuma estrutura formular, mas tão somente em discursos. Manifestação de emergência, é um processo, evolução das próprias práticas significantes de sistemas comunicativos que emergem das interações dialógicas, ainda que cada uma delas tenha seu campo de significação muito preciso.
As esferas de uso da linguagem
Estudos dos gêneros discursivos = considerar a natureza do enunciado em sua diversidade e nas diferentes esferas da atividade comunicacional.
Gêneros discursivos = nascem dos enunciados
Gêneros discursivos = “correias de transmissão” entre a história da sociedade e a história da língua.
Comunicação = não está centrada no diagrama (emissor – mensagem – receptor) – está centrada na dialogia entre ouvinte e falante como um processo de interação “viva”.
Todo enunciado é um elo na cadeia, muito complexamente organizada, de outros enunciados. Bakhtin
Pensar o discurso no contexto enunciativo da comunicação
Os gêneros discursivos são formas comunicativas que não são adquiridas em manuais, mas sim nos processos interativos.
Gênero é mais uma forma enunciativa que lingüística, pois depende muito mais do contexto comunicativo e da cultura do que da própria palavra.
O grande tempo da cultura
Gêneros discursivos: não é ação deliberada, mas manifestação da cultura – criação de mensagens em contextos culturais específicos.
Os gêneros não podem ser pensados fora da dimensão espácio-temporal – o gênero adquire uma existência cultural = expressão de um grande tempo das culturas e civilizações.
Espaço = social
Tempo = histórico
O gênero vive do presente mas recorda o seu passado, o seu começo. Bakhtin
O gênero tem existência cultural = não tem nascimento original nem morte definitiva – ele é antigo como as organizações sociais.
Cronotopo = a-) obras e sistemas de cultura = mobilidade no espaço e tempo (não há menor possibilidade de enfiar nosso Shakespeare na época elizabetana...); b-) a cultura é uma unidade aberta, não um sistema fechado em suas possibilidades (Sistema de cultura nunca é coisa do passado, mas do presente, tem algo a dizer); c-) compreender um sistema cultural é dirigir a ele um olhar extraposto (um observador só enxerga a cultura alheia quando se coloca de um ponto de vista exterior a ela); d-) as possibilidades discursivas num diálogo são tão infinitas quanto as possibilidades de uso da língua. Os gêneros discursivo criam elos entre os elementos heterogêneos culturais. (uma obra funciona culturalmente como a réplica de um diálogo – não apenas provoca a resposta do outro como se relaciona com outras “obras-enunciados”.)
Na esfera comunicativa da cultura tudo reverbera em tudo, uma vez que nela as formas culturais vivem sob fronteiras.  – Nenhum sistema pode ser pensado como o Adão mítico a pronunciar o primeiro discurso sobre o mundo ainda não-dito.
O diálogo como metodologia de análise dos Gêneros Discursivos

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